Expulsão e Resistência:
o Caso do Edifício Holiday Localizado na Cidade de Recife-Pe
DOI:
https://doi.org/10.5281/zenodo.17781581Resumo
Este estudo resulta de uma pesquisa que se encontra em andamento, necessitando da sistematização da maioria dos dados colhidos, objetivando analisar as complexas interações entre a antropologia urbana e o ativismo de direitos humanos através de uma pesquisa etnográfica focada na desocupação forçada dos moradores do Edifício Holiday, localizado em um bairro nobre do Recife. A introdução contextualizou o cenário urbano, destacando a especulação imobiliária e os processos de gentrificação como pano de fundo para a desocupação, evidenciando a relevância do tema para entender as dinâmicas contemporâneas das cidades. A metodologia empregada incluiu entrevistas, análise documental, registros fotográficos e acompanhamento de audiências judiciais, permitindo uma investigação detalhada das experiências dos moradores e das estratégias de resistência adotadas. Os resultados revelaram que o judiciário não apenas legalizou a desocupação, mas também legitimou uma forma de violência estrutural que prioriza interesses comerciais em detrimento dos direitos humanos fundamentais, como o direito à moradia. A discussão enfatizou como a antropologia urbana proporcionou uma compreensão crítica das desigualdades urbanas, evidenciando como decisões judiciais podem perpetuar a marginalização de comunidades vulneráveis. A resistência dos moradores e o apoio de ativistas destacaram a importância da mobilização comunitária na luta contra injustiças urbanas, apontando para a necessidade de políticas públicas que garantam um desenvolvimento urbano mais inclusivo e justo. Este estudo não apenas documentou as consequências da desocupação do Edifício Holiday, mas também ofereceu insights teóricos e práticos para enfrentar os desafios contemporâneos da urbanização desigual. Ao integrar a análise da antropologia urbana com o ativismo de direitos humanos, este trabalho contribuiu para uma compreensão mais profunda das dinâmicas de poder nas cidades e propôs alternativas para promover uma urbanização que respeite plenamente os direitos humanos e a dignidade de todas as pessoas afetadas por processos de desenvolvimento urbano.