Um Passaporte de Viagem Temporal Através do Olhar:
Imagem como Condutor de Acesso a Outros Tempos
DOI:
https://doi.org/10.5281/zenodo.17781711Resumo
Este artigo explora o conceito de viagem no tempo através de duas perspectivas interligadas: a simbólica, mediada por imagens (fotografia, cinema e arte), e a física, fundamentada nas teorias da física teórica e da mecânica quântica. Partindo das reflexões sobre a fotografia como vestígio temporal e das análises sobre o cinema como manipulação narrativa do tempo, discuto como as imagens funcionam como máquinas do tempo subjetivas, capazes de reativar memórias e reconfigurar temporalidades. Paralelamente, examino as bases científicas da viagem temporal, desde as curvas temporais fechadas até os buracos de minhoca de Kip Thorne e as conjecturas de Hawking, destacando os desafios teóricos e paradoxos envolvidos. O diálogo entre essas abordagens revela como arte e ciência, cada qual a seu modo, desafiam a linearidade do tempo, seja através da reconstrução afetiva do passado ou da modelagem matemática de universos onde passado e futuro se comunicam. A discussão incorpora ainda contribuições da filosofia, mostrando que a temporalidade é tanto uma construção cultural quanto um fenômeno físico. Ao final, problematizo que a viagem no tempo, mais do que um tema fantástico ou equação abstrata, expressa o desejo humano de transcender a finitude, integrando memória, narrativa e as fronteiras do conhecimento científico em uma reflexão sobre as brechas existentes nesse debate para a Antropologia do Tempo.